Rápida a Sombra
“No limiar da velhice, como é que se finge de vivo? Porque é preciso para estar. Vinte volumes, tenho-os aqui encadernados para a glória da família, falei da vida e da morte, e do amor da cinta para cima e para baixo, e dos deuses, e da política quando mais jovem para aquecer – que é que disso está aqui comigo? Que é que está connosco quando estamos só nós?” (Vergílio Ferreira, Rápida, a Sombra)
“Um livro ainda, reinventar a necessidade de estar vivo. Mundo da pacificação e do encantamento – visitá-lo ainda – mundo do êxtase deslumbrado. Da minha comoção subtil e íntima, vidrada de ternura até às lágrimas. Da pálida alegria oculta como uma doença. Do frémito misterioso da transcendência visível. Da fímbria de névoa como auréola que diviniza o real. Do reencontro com o impossível de mim. Da quietude submersa. Do silêncio. Um livro ainda – um livro? Frémito do êxtase, a ternura subtil, fímbria, limite, pálida alegria – uqão longe tudo já, ó espaço da maravilha.” (Vergílio Ferreira, Rápida, a Sombra)
Ficha Técnica
Rápida a Sombra, Arcádia, 1ª Edição, Lisboa, 1975