Cartas a Sandra
“Mas eu pensava em mudar de ambiente, cortar com tudo, recomeçar a vida por sobre a tua morte. (…) E no começo de aqui estar, julguei tê-lo conseguido. Terra da minha origem, repousar enfim nela, reencontrar aí o que me seja de verdade no envelhecer. E há os sítios do convívio aldeão. E há a vila para uma conversa mais letrada.”, Vergílio Ferreira (Cartas a Sandra)
“Sandra. Há já bastante tempo que te não escrevo. Mas não sei a razão. (…) Criaste-te fora de todos os códigos divinos ou humanos e só eu o soube. Porque ninguém te saberia se eu te não soubesse e te não tivesse encontrado para te saber. Serias assim bela e inútil como uma flor dos caminhos onde ninguém passa. Mas eu passei e vi-te. Só que o ver-te nem sempre descobre o mistério de ti, o leve milagre que me paralisa.”, Vergílio Ferreira (Cartas a Sandra).
Ficha Técnica
Cartas a Sandra, Bertrand, Lisboa, 1982.