O Prémio Literário Vergílio Ferreira 2016, instituído pela Câmara Municipal de Gouveia, foi atribuído à obra “Dor de Ser Quase, Dor Sem Fim”, da autoria de Iolanda Martins Antunes.
Iolanda Martins Antunes é a vencedora do Prémio Vergílio Ferreira 2016, instituído pela Câmara Municipal de Gouveia, com o original “Dor de Ser Quase, Dor Sem Fim”.
O anúncio foi feito esta terça-feira, pelo vice – presidente da autarquia, Joaquim Lourenço de Sousa, numa cerimónia pública, na Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira.
A decisão foi aprovada por unanimidade, por um júri constituído por José Correia Tavares, da Associação Portuguesa de Escritores, Cristina Robalo Cordeiro, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e Alípio de Melo, representante da autarquia.
A autora da obra premiada, natural de Sintra, levou a cabo os seus estudos do ensino secundário na Ramada/Odivelas e licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, tendo enveredado pela carreira docente em 1995.
Atualmente é professora de Filosofia no agrupamento de escolas Drª Laura Ayres em Quarteira, onde exerce o cargo de coordenadora do jornal escolar.
Comungando, com Georges Steiner, da ideia de que a “literatura eleva o sentido de humanidade”, tornou-se uma leitora compulsiva e, assim, a urgência da escrita aconteceu naturalmente.
“Dor de Ser Quase, Dor sem Fim” é o seu primeiro romance.
Ao Prémio Literário Vergílio Ferreira 2016 foram candidatadas 78 obras e verificou-se a exclusão de quatro, por não obedecerem ao regulamento.
O prémio tem um valor pecuniário de 5.000 euros e a obra vencedora será editada pelo Município de Gouveia.
O galardão será entregue à autora laureada numa cerimónia pública, a realizar em agosto, na abertura das festas da cidade de Gouveia, de acordo com o regulamento.
O Prémio Vergílio Ferreira distingue bienalmente, de forma alternada, um romance e um ensaio literário, tendo este ano distinguido um original versando a categoria de Romance.
Foi instituído em 1997 pela Câmara Municipal de Gouveia, com o objetivo de homenagear o escritor Vergílio Ferreira, natural de Melo, naquele concelho, e de “incentivar a produção literária”, contribuindo “para a defesa e enriquecimento da Língua Portuguesa”.
Na mesma cerimónia foi apresentada a medalha comemorativa do Centenário de Nascimento de Vergílio Ferreira.
A peça foi concebida pelo artista Fernando Fonseca, também autor do busto de Vergílio Ferreira que se encontra em frente à biblioteca com o mesmo nome.
A medalha representa, no anverso a figura do escritor homenageado e no reverso a “árvore da vida de Vergílio Ferreira” com a frase “escrevo para tornar visível o mistério das coisas, escrevo para ser, escrevo sem razão”, frase retirada da obra Pensar (1992).
Separando as raízes do tronco da árvore encontra-se o nome da aldeia que o viu nascer: Melo.
A Câmara Municipal de Gouveia está a levar a cabo um conjunto de iniciativas, durante o ano de 2016, com o intuito de homenagear o escritor natural do Concelho, que completaria 100 anos no passado dia 28 de janeiro, altura em que tiveram início as comemorações.
Em maio vai ter lugar um Colóquio Internacional “ Escrever e Pensar ou O Apelo Invencível da Arte” organizado pelo Município em parceria com Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).que se realizará a 18 e 19 de maio de 2016, no Porto, e a 20 e 21 de maio, em Gouveia.
A organização contará com a colaboração da Abraplip – Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa, do CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar ‘Cultura, Espaço e Memória’ e do Grupo de Investigação “Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal” do Instituto de Filosofia, ambos da FLUP.
Em agosto será apresentado o Roteiro Vergiliano, na aldeia natal do escritor. Um projeto que permite aos visitantes o contato com os locais de referência que marcaram a relação de Vergílio Ferreira com a sua aldeia.